Atualidade
Redes e armazenamento essenciais para as energias renováveis
Ninguém dúvida que as energias renováveis são chave para a transição energética, mas não são suficientes para alcançar o objetivo net zero. É necessário agir em conjunto e em paralelo sobre os eixos principais da transição: descarbonização, eletrificação e digitalização, e acelerar as tecnologias disponíveis sem prejuízo de continuar a investigar sobre a sua melhoria.
Sobre as redes de eletricidade
Um claro exemplo dessa necessidade de agir conjuntamente é o aviso que a Agência Internacional da Energia (AIE) realizou sobre a situação das redes elétricas no mundo.
A agência calcula que o investimento atual em redes deve, como mínimo, duplicar até alcançar os seiscentos mil milhões de euros anuais até 2030, porque somente desta forma se evitará o risco de desacelerar o desenvolvimento das energias renováveis. Considera que existe falta de ambição e que o mundo deve renovar ou acrescentar oitenta milhões de quilómetros de redes para 2040, um valor que representa todas as redes existentes neste momento. É preciso ter em conta que as redes não somente têm de satisfazer as necessidades atuais, devendo também servir de base para as necessidades do futuro. Têm de ir por diante.
Nesta questão, as patronais europeias do setor energético, Eurelectric, e de empresas eólicas, Wind Europe, sustentam que a Europa tem de acelerar o desenvolvimento das redes elétricas de transmissão e distribuição, reforçando as existentes e incrementando a sua flexibilidade se se quiserem alcançar os objetivos climáticos garantindo o fornecimento.
E, neste sentido, indicam que “a Comissão Europeia deve liderar o caminho incentivando investimentos antecipados e melhores práticas com um novo Plano de Ação Europeu para a Rede”. É preciso desenvolver ações que permitam otimizar as conexões das redes a curto prazo para conseguir uma integração mais rápida das energias solar fotovoltaica e eólica.
A resposta à descarbonização e à segurança de fornecimento passa por uma eletrificação renovável de produção local, o que requer maiores investimentos e uma renovação e ampliação urgente da rede que permita triplicar as taxas de eletrificação para 2050.
Segundo o secretário-geral da Eurelectric, Kristian Ruby, “são necessárias mais redes elétricas, mais digitalização e mais resistência ao clima adverso para que as nossas redes estejam preparadas para alcançar o zero líquido”. Assegura também que “o sistema energético está a mudar rapidamente, pelo que necessitamos de um enfoque novo e proativo ao modernizar e expandir a nossa rede elétrica. Isto significa desenhar planos de rede com um enfoque renovável mais sólido que considere horizontes temporais mais amplos e se centre em áreas de baixa tensão mais detalhadas, onde a maioria das conexões fotovoltaicas têm lugar.” Recordemos que as redes elétricas europeias foram originalmente concebidas para a geração de energia centralizada.
Mais recentemente, na cimeira Bloomberg New Energy Finance realizada em Londres, o presidente da Iberdrola, Sánchez Galán, indicou que “por cada euro que se invista em renováveis se deve investir um euro em redes elétricas” e “que o incremento dos investimentos em redes elétricas para tornar possível a transição energética requer um marco regulatório baseado na previsibilidade, estabilidade e rentabilidade atrativa”. Questão esta que não deve ser esquecida.
O papel fundamental do armazenamento
Outro exemplo claro de complementaridade é o armazenamento que permite maximizar o uso da energia solar e eólica de maneira continuada, flexibilizando a sua utilização e evitando esvaziamentos nos grandes parques ou no autoconsumo. Contribuindo, portanto, para o incremento da poupança e a sustentabilidade das energias renováveis ao conseguir que não se desperdicem por falta de flexibilidade no sistema.
Fontes do setor estimam em 13 - 15% as perdas de energias renováveis em Espanha, o que não é pouco.
“
Visão 360º
Há muitos outros exemplos e todos nos transmitem a mensagem de que é preciso agir sempre com um olhar 360º, visualizando as interações de umas tecnologias com outras para avançarmos juntos para o Net Zero, trabalhando coordenados e em paralelo.
A Amara NZero tem esta visão, e por isso a nossa atividade está centrada em acompanhar os nossos clientes em todos os seus projetos de transição energética, prestando-lhes serviços em renováveis, em eletrificação, em digitalização, em mobilidade elétrica, em eficiência energética ou em telecomunicações.